sexta-feira, 20 de maio de 2011

Como matar uma infancia

Acho impressionante a capacidade de estupidificação do povo americano, que leva a situações como esta. Estes senhores acreditam mesmo que matando um ícone de uma marca conseguem combater a obesidade?

Esqueçam a educação alimentar e o estudo da roda alimentar na primaria. Pelos vistos também não vale a pena debater o facto dos pais cada vez terem menos tempo para os filhos e os empanturrarem com comida de plástico. E para que mencionar o sedentarismo que planta adolescentes em frente aos PC's, consolas e televisão, em vez de brincarem na rua, andarem de bicicleta e jogarem a bola?

Não, a culpa da obesidade crescente nos EUA e' do Ronald MacDonald, figura carismática que e' também a cara da marca em tudo o que e' iniciativa de responsabilidade social, visitando crianças em hospitais e criando casas de transição para os pais poderem acompanhar os filhos em tratamentos médicos prolongados em hospitais fora da área de residência. Desde 1982 que o Ronald faz este trabalho. Alguém conhece a cara de algum porta-voz ou CEO da marca? Eu não.

Mas quando era pequena, e ainda nem existia Mac em Portugal, já conhecia o Ronald e MacDonaldland, Tinha lençóis do Ronald e do seu maravilhoso mundo de batatas (os Fry Kids), hamburguers falantes (Mayor MacCheese) e do seu arqui-rival, o Hamburglar Grimace. A sua mística embalava os meus sonhos, com mensagens de amizade e honestidade.

Porta-vozes e CEO's vão e veem, o Ronald e' intemporal. Da uma cara ao C em CSR.

A seguir vão dizer que o Vitinho da Milupa não era boa companhia para adormecer, não?

4 comentários:

  1. Ainda me lembro de um documentário chamado Super Size Me que falava do mau que era o McDonalds. Basicamente o gajo que, à vista de outras pessoas, é um génio, só comia McDonalds de manhã à noite, durante um mês, e em quantidades exorbitantes. Conclusão a que o filme chega: faz mal. Epá, não pode ser. Faz mal comer o mesmo tipo de comida de forma alarve, várias vezes ao dia e ao longo de trinta dias seguidos?

    Estou a pensar fechar as marisqueiras todas em Lisboa quando me aperceber que só comer lavagante durante um semestre também não é lá grande espingarda para a saúde.

    ResponderEliminar
  2. Ahahah!

    "A seguir vão dizer que o Vitinho da Milupa não era boa companhia para adormecer, não?"

    Muito bom!

    Olha eu lembro-me de ser um acontecimento ir de Viana ao Porto para ir comer uma Happy Meal ao Mac, um dos primeiros a abrir no país! Along time ago...

    E era um acontimento porque ia lá muito de vez em quando, porque me diziam que sabia bem, era giro mas não fazia muito bem à saúde!

    Por isso sempre me forçaram a comer em casa a sopa (e não era com os legumes moídos), a salada e a fruta! No fundo, fui educada por déspotas! :(

    ResponderEliminar
  3. Esquecendo as campanhas aliciantes que a McDonalds faz, que levam grande parte das pessoas que têm um prazer especial na "arte de empanturrar" irem insistentemente às superfícies desta empresa sem considerarem o seu estado específico de saúde e excluindo as pessoas que têm não só vontade própria, mas meios de por a sua vontade própria em prática, será que estes "génios" que criaram o artigo "Ronald McDonald must die!" (Qual filme do Andrzej Bartkowiak) não param para considerar que a tal relação "Fast-Food" com "Obesidade Infantil" que falam, é menos preocupante que a relação "Fast-Food" com "Bad Parenting"/"Easy and fast solution"? Sendo o "Target" principal do Happy Meal crianças dos 3 aos 9/10 anos (ou as meninas/jovens/senhoras que precisam de um produto que as possa fazer pensar "Ok, fui ao McDonalds mas só comi um Happy Meal.", saindo assim de consciência tranquila)como é possível pensar que a culpa é da mascote e não dos Pais? Será que na mentalidade Americana os Pais têm e devem ter tão pouca palavra a dizer nas acções e nas vontades dos filhos...? Isto justificava tanta coisa...

    ResponderEliminar
  4. A minha conclusão e a mesma de sempre: os americanos são parvos.

    ResponderEliminar