quinta-feira, 31 de março de 2011

Mariscada a indonesia

Delicatessen (devidamente legendado)

 Uma visita a um supermercado indonesio vale pela diversidade da fruta, tropical, europeia e doce...
 Aqui seguem alguns exemplos, prometo postar 3 das minhas favoritas (rambutan, star fruit e dragon fruit) em breve!

 




Este e o infame DURIAN. A casca externa, grossa, áspera e com picos, torna este fruto nada apelativo desde o inicio. Quando aberto, o odor característico ganha proporções extremas a medida que passa mais tempo exposto ao ar. E não e bom.Sobre o sabor, digamos que e uma "once in a lifetime experience", que e o mesmo que dizer, nunca mais vao querer experimentar. Um misto de asco e nojo veem-me a cabeca.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Worst Poker Player Ever

Ontem fizemos uma Poker Night. Não, eu nunca tinha jogado poker.. Mas sempre ouvi falar em beginners luck.

Ao final de 45 minutos já estava fora de jogo. Bem podem enfiar a begginers luck no fundinho do regueiro. Para a semana vai uma Espadinha, que eu não ganho para alimentar os vícios dos outros, e 10.000 rupias ainda são uma pequena fortuna.

PS - Prometo começar a lembrar-me de usar mais a câmara do telemóvel, para ilustrar estas minhas intervenções. Estou sempre a esquecer-me...

segunda-feira, 28 de março de 2011

domingo, 27 de março de 2011

Auuuuu

Estou toda partidinha do rafting... Parece que os 30 estão a chegar mais depressa ao meu corpo que a minha cabeça.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Mas antes...

... não podia deixar de comentar uma pequena delicia indonésia. Hoje sai do cubículo da casa de banho, dirigi-me ao lavatório para lavar as mãos, e de cada um dos lados tinha uma indonésia de véu na cabeça em contorcionismo absoluto, com o pé dentro do lavatório, a fazer a Ablução. Para quem não sabe o que é, toca a pesquisar na Wikipédia. 

Eu no meio a lavar as mãos, elas a lavar os pés, na converseta. Delicioso.

I ho!!!!!

Saturday is white water rafting day. Riam Jeram, here I come! :)

Promise to leave photos afterwards!

Quem perceba de gestão, que se chegue a frente

E' assustador ler as noticias que chegam de Portugal. A crise política, o estado financeiro do pais... A vontade de ficar fora dessa confusão e enorme e' muito presente.

Estar fora do pais tem essa consequência: ou prestamos mais atenção e temos mais vontade de nos envolver, ou nos desligamos mais e assistimos a tudo por um canudo, agradecendo aos santinhos não estarmos ai.

No meu caso, fez-me pensar. Temos gestores de topo que são capazes de dirigir as melhores empresas nacionais. Temos empresas criativas, internacionalmente reconhecidas. Somos desenrascados, e a nossa visão estratégica esta cada vez mais desenvolvida. Temos visionários, conhecedores e pessoas altamente especializadas. Todos eles do lado privado.

Ca por mim, o meu voto deixa de estar nos políticos. Sou da opinião que devia ser constituída uma Comissão de Urgência, destinada a criar soluções reais e exequíveis, fora da caixa, para minimizar a divida e tornar o nosso pais eficiente. Uma equipa multidisciplinar, dirigida por gestores. Porque não recorremos a essas pessoas, com experiência comprovada, para resolver os problemas que os demagogos aparentemente protelam? Percebo pouco de política, e' um facto, mas penso que vejo o meu pais com a clareza suficiente para entender que o actual panorama só vai piorar.Quem perceba de gestão, que se chegue a frente e ponha o pais nos eixos.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Cougars

A noite de Jakarta é legendária no sudeste asiático pela qualidade dos espaços e pela liberdade dada aos youngsters (and not so youngsters).

Desde o karaoke 24 horas, a bares de backpackers em Jalan Jaksa, passando por sitios mais upscale, vale tudo. E nem o facto do alcóol ser caro impede que as party people facam um pouco menos de party.

E aqui entra um fenómeno pouco visto em Portugal. Grupos de mulheres, casadas, com namorados ou recém divorciadas, acima dos 30 anos e com elevado poder económico, que saem todas as quartas, sextas e sábados. Frequentam sempre os mesmos locais, fazendo amigos ocidentais com os seus vestidos justos, maquilhagem irrepreensível, Rolex da Malásia no pulso e Loubotin nos pézinhos, e angariando alguns toy boys pelo caminho. Não se importam genuinamente com o dinheiro, abrindo as suas mesas (e as vezes as pernas) a desconhecidos com quem possam beber uns copos de Moscatto e divertir-se a dançar. São atenciosas, verdadeiramente preocupadas (pelo menos durante essa noite) com a segurança dos seus party friends, e vivem para se divertir.

Portugal devia ter mais cougars. Embora se dispense os eventuais pares de cornos.Nem tanto ao mar nem tanto a terra.

quinta-feira, 17 de março de 2011

WTF?

Cães com números escritos no lombo. Nem os indonésios sabem porquê.
Alguém quer aventurar uma hipótese?

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Delicatessen

Hoje inauguro uma rubrica sobre a gastronomia indonésia. Tanto quanto possivel vou mostrar-vos algumas delicias desta terra, tão variada quanto Portugal, mas apostada nas especiarias, e muito fã do picante (sambal!).

Comeco por cérebro de vaca, com carne do cachaço, arroz, krupuk (uma especie de bolachas estaladiças salgadas), e Teh Botol, o 1º chá engarrafado do mundo.

Yum yum!


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domingo, 13 de março de 2011

O egoísmo do altruísmo

Hoje uma barata correu-me por cima do pé e eu mal liguei. Para quem me conhece, estas palavras devem ser suficientes para provar o quão absorvida estava com o que aconteceu antes da corrida da barata. 

A convite de um amigo, fui com a Sara, amiga professora de Português na Un. Indonésia, e a Zita, amiga do trabalho e "local", assistir a uma aula que semanalmente é dada debaixo de uma ponte, numa zona de Jakarta chamada Grogol. 

As aulas, dadas de forma gratuita por professores voluntários de uma associação local (http://www.sahabatanak.com/), são como uma Explicação, uma vez que a maioria destas crianças frequenta a escola de segunda a sábado. E ao Domingo, voluntariamente, vêm de longe, sozinhos ou com familiares, para passar duas horas debaixo de uma ponte, com pouca iluminação e sentados em lonas no chão, a ouvir os professores explicar matemática e inglês. Quem corre por gosto felizmente não cansa.

Para muitas crianças, este é um escape a pedirem na rua. Para perceberem a importância desta frase, leiam isto http://english.aljazeera.net/programmes/101east/2010/03/201031813502139505.html.

Muitas outras seguramente apenas vêm pelo lanche que é dado no final. Mas é incrível a atenção que todas prestam ao que é dito, no meio da confusão do trânsito, ao lado de um canal cheio de lixo e mal-cheiroso, com baratas em modo Fórmula 1 à nossa volta, e famílias em co-habitação.

A curiosidade das crianças levou a que fizessem perguntas como "tens namorado" ou "como vieste até Jakarta", e nenhuma resposta os pareceu surpreender, nem quando disse quanto custava a deslocação até cá. Já a minha curiosidade foi desarmada no momento em que perguntei "o que fizeste ontem" e uma rapariga de 13 anos me respondeu "skola dan baskin" (foi à escola e depois foi pedir na rua). A ligeireza daquelas palavras devolveu-me à realidade. E revi  nas palavras e na indiferença daquela menina todas as crianças lamuriosas que vi de mão estendida nos semáforos de todos os países de 3º mundo que visitei. 

Entre chocolates e perguntas pessoais revimos as estações do ano, uma aventura para quem apenas conhece o Verão e o Inverno, falámos de passatempos, do Cristiano Ronaldo, de futebol, de cores e de palavras portuguesas. Aprendi indonésio e repeti as suas palavras.

Recordei-me do quanto preciso de me sentir útil aos outros para encontrar satisfação pessoal, um verdadeiro egoísmo no altruísmo. E é tão bom às vezes ser egoísta.

A Zita a explicar Inglês.

 
Debaixo da ponte ao menos não chovia.

 
A nossa "turma".

 
Makanan!!!! (Comida!!!)


 Estendal, cartão para dormir e alguns pertences. Uma casa.

 Uma imagem poderosa. 
Uma menina a fazer desenhos na lama e outra no caderno, naquilo que é a sua casa.

sábado, 5 de março de 2011

Não lhe faz jus, mas o pôr-do-sol do outro dia foi mais ou menos assim

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Desgarrado

Em conversa ao jantar com um casal romeno, já com vodka mongol no bucho e ocupada com um delicioso húmus com alho, fiquei absorta pelas palavras deles em relação ao seu país. Fruto da história política e da má gestão popular, eles simplesmente não gostavam da Roménia.

Isso fez-me lembrar um português que uma vez conheci em Dublin, expatriado a trabalhar há cerca de uma ano na Irlanda, e que achava que aquele país era a última coca-cola do deserto europeu. Ele abominava a ideia de um dia regressar, e aproveitava cada segundo para dizer mal do berço que o viu nascer.

Não me levem a mal, não defendo que tenhamos de dizer bem de algum sítio só porque calhou lá nascermos. Mas se amamos os nossos pais incondicionalmente, sem os ter escolhido, e apesar de todos os defeitos que possam ter, não devemos o mesmo respeito ao país que nos é pátria? Principalmente quando de facto temos um país com uma imensa riqueza natural, um património histórico invejável, pessoas hospitaleiras, diversas, lindas por dentro e por fora, tradições, superstições, cultura, literatura, gastronomia, criatividade.

É claro que nenhum país é perfeito, mas estamos mesmo assim tão desiludidos com o nosso país por causa de um Governo que nunca será mais, e que aparentemente pouco fazemos para os retirar para além de nos queixarmos constantemente?

Acho que às vezes as pessoas deviam simplificar-se. Deviam ir mais para o campo, aprender a beleza das coisas naturais e preocupar-se menos com as coisas comezinhas do dia a dia citadino. Talvez seja isso que falte aos romenos de ontem. Os olhos de um português.

Palavras gratis

Gratis. Meja. Gereja. Sepatu. Garpu. Jenela. Mentega. Natal. Dansa. Bola.

Dizem que são mais de 200 as palavras que os portugueses deixaram como legado à língua indonésia, estas são aquelas que mais rapidamente os expats reconhecem. 

No minha 1ª hora de almoço na Kadin, leio um cartaz que incorporava a palavra "gratis", e pensei de imediato "mas há assim tantos tugas aqui que até ponham o cartaz em português?". Desconhecia por completo nessa altura que os portugueses haviam sido os primeiros europeus a pisar este território. 

Nós somos grandes. Emprestamos palavras, estamos por todo o lado, há sempre alguém que conhece um português. Atrevo-me até a dizer, pelo passado marinheiro que é nossa herança, que o sangue português corre nas veias de todo o mundo. 

O que me leva ao espanto enorme de ontem ter conhecido dois romenos que não gostam do seu país.

Mas já lá vamos.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Singapore

Singapura é uma cidade europeia, mas com asiáticos "exquisitos". Digo isto porque a cultura asiática,por norma, tem uma acuidade muito particular no que concerne a limpeza e a organização, i.e., são inexistentes.

Em Singapura a cidade peca pelo excesso de organização, o excesso de limpeza, até o excesso de silêncio. E são muitos os expatriados que ao final de umas semanas já estão saturados. Não se pode comer nem beber no metro, e faltosos pagam severas multas por tamanha desconsideração. Ao ponto de os restantes passageiros nos alertarem quando nos esquecemos desta regra. Para tudo existem regras: atravessar estradas, não deitar lixo no chão (deste ninguém se queixa, excepto os chineses), não cuspir. O oposto do resto do sudeste asiático.

Os nativos são trendy, altamente atentos às mais estranhas modas, e arrojados. Ver penteados coloridos, tatuagens e piercings foi a ordem do dia, e os outfits para sair à noite rasam do mais casual ao mais colado ao corpo que é humanamente possível (aí têm um ponto comum com as indonésias).

A arquitectura colonial mistura-se de forma perfeita com os arranha-céus espelhados, e o colorido das casas contrasta com os céu azul (ó, o céu azul!) numa simbiose perfeita. É uma cidade planeada, cuidada, é um museu por si só.

O consumismo extremo leva a que tudo seja pensado para gastar dinheiro. Prova disso são os 8 centros comerciais interligados entre si por food courts e passagens subterrâneas. E é um shopping paradise. Pena que os nativos não sejam tão simpáticos quanto os restantes conterrâneos asiáticos, mas hey, nãos e pode pedir tudo.









quarta-feira, 2 de março de 2011

Passada indonésia

Estão a ver o passeio dos tristes português? E aqueles bandos de jovens pubescentes que ocupam as escadas do metro em toda a sua largura com o seu andar de quem quer chegar atrasado às aulas?

Os indonésios são assim. Sempre. Têm duas mudanças para andar a pé: Devagar e mais devagar.

Irritante!

Mito #3 Indonésia

Quem disse que os asiáticos não têm pêlos?

Não sei se pela mistura holandesa, inglesa e até portuguesa com os nativos, mas a verdade é que já vi uma quantidade razoável de indonésias com um buço que faria inveja até às mais esmeradas transmontanas de 70 anos.

Ontem, quando atravessava a paragem do autocarro, sempre de olhos no chão para não falhar terreno, deparei-me com um homem de saias. Era mulher. Está tudo dito.
Não vou dar título a este post com receio que nada faça jus ao que vou descrever. Mas não sou humilde o suficiente para deixar de tentar descrevê-lo :) Começo por dizer que hoje Jakarta amanheceu com céu azul, algo raro devido ao micro clima nublado criado pela poluição, o que provavelmente ajudou ao fenómeno que se segue.

Reader's Advisory: "mete nojo" content.

Livro debaixo do braço, toalha ao ombro, chinelo no pé. Ao fim de um dia maçadoramente cansativo (levantar as 06h00 para estar num evento às 07h30, passar a manhã em networking e a apresentar o dito, almoço de trabalho, duas reuniões à tarde e fechar a newsletter da empresa), o jacuzzi chamava por mim. E eu, afoita, atendia ao seu chamamento.

Jacuzzi vazio. Inteirinho para mim. Pego no livro, entro a saborear o quente da água, e relaxo. Levanto o livro a um nível seguro sobre a efervescência. Mas algo capta a minha atenção. Ao longe, recortado pelos modernos edifícios e escondido atrás das nuvens, o sol estava a pôr-se, e a preparar um espectáculo único e gratuito. E como eu gosto de coisas gratuitas...

Pousei o livro. Encostei-me. O céu azul com pálidos laivos de verde água estavam pejados de nuvens altas e fofas, que funcionavam como filtros para a luz do sol baixo. Os tons pastel com cores de rosas de casamento deram preguiçosamente lugar a um fúscia alaranjado, forte, intenso, surreal. As nuvens perderam o seu estatuto e passaram a vagas sombras de um alto mar rasgado por labaredas. O tecto da cidade em chamas. A natureza em todo o seu esplendor.

Agora que penso nisso, havia algo de diabólico em todo o meu cenário de jacuzzi borbulhante e quente.

Mas a calma... ó, a calma.

No jardim, um jovem que estava a fazer jogging abrandou, parou e observou comigo. Mesmo a dezenas de metros um do outro, percebi que também ele estava em transe com a grande magnitude e esplendor daquele cenário. E terminado o espectáculo, ele retomou a corrida, em retomei o livro, e senti pena de quem não teve a oportunidade de presenciar a grandiosidade.

These streets aren't made for walking

Se há coisa que tenho saudades é da calçada portuguesa. Nunca imaginei dizer isto, e acreditem que, tal como qualquer mulher portuguesa que trava a batalha diária saltos altos vs calçada assassina, não o digo de ânimo leve.

Ah, calçada irregularmente fiável, com paralelepípedos pequenos, mas constantes. Ah, passeios pedonais!

Jakarta não tem passeios. Os que tem, em torno dos malls, estendem-se pela distância equivalente  a uma ida ao café da esquina. E os poucos beirais, se assim os podemos chamar, que habitam as laterais das principais vias da cidade não passam de buracos com ocasionais pedaços de cimento a uni-los.

Hoje tive um evento. E como tal, tive de me vestir a rigor. Mas antes de entrar nisso, tenho de explicar que não existem saltos médios nesta cidade. Como em tudo mais, aqui vivem-se os extremos: ou habitações de luxo ou favelas; ou transportes públicos ao barrote ou carros vazios; ou shoppings gigantones ou carrinhos de mão com  tudo o que se possa imaginar de comida lá dentro; ou saltos rasos ou absolutamente vertiginosos.

Bom, hoje tive um evento. Ontem fui comprar sapatos. Saltos altíssimos, mas perfeitamente manobráveis. Passei a manhã toda com eles, a andar de um lado para o outro. Cheguei à rua. Escalei o passeio, rodeei os buracos, saltitei entre poças e evitei os deslizamentos. Bufei. E rendi-me, tirei as andas e substituí-as por umas sabrinas TT.

These streets aren't made for walking.

PS - As fotos não fazem jus à realidade. Estas foram tiradas junto a minha casa, numa zona mais aceitável. Mas se não acreditam, venham cá ver com os vossos próprios olhos. :)